Por Ricardo Becerra
Tradução: Sérgio Salém
Introdução
“Quando eu rezo meu Rosário diariamente, lembro-me de cada um de vocês… Oro para que todos juntos continuemos crescendo em Cristo Jesus, através da intercessão da Virgem Maria, Mãe de Deus e Rainha do Santíssimo Rosário.” (Roger M. Mahony, Cardeal de Los Angeles, Califórnia).
Quando os católicos experimentam problemas familiares, alguma situação séria, ou desejam proteção, a Igreja Católica os motiva a rezar o Rosário, para que, por meio da intercessão da Virgem Maria, possam solucionar suas dificuldades.
O Rosário é um colar composto de 59 pedrinhas unidas a um crucifixo. Rezar o Rosário implica em rezar um “credo”, 153 “Aves Marias”, meditar nos 15 mistérios (5 gozosos, 5 dolorosos e 5 gloriosos) de Jesus e a Virgem Maria, recitar cinco “Glórias ao Pai”, e seis “Pais Nossos”. Quando alguém recita todas essas rezas, acaba por dar três voltas ao Rosário.
SUA ORIGEM
O Rosário é, usualmente, atribuído a São Domingo de Gusmão, que supostamente o teria recebido nos anos 1.200, ao sul da França, diretamente da Virgem Maria, para combater a heresia dos albigenses, seita surgida no século 12, também ao sul da França.
Alguns séculos mais tarde, a Virgem Maria, supostamente, apareceu a Bernadete, em Lourdes, França, convidando-a a rezar o Rosário.
Em 1.917, em Fátima, Portugal, a Virgem teria, supostamente, aparecido a uns pastores de ovelhas, ordenando-lhes: “Rezem o Rosário todos os dias para obter a paz do mundo, rezem o Rosário e façam sacrifícios pela conversão dos pecadores”.
Um dos Papas mais entusiastas do Rosário foi o Papa João XXIII, que convocou o Concílio Vaticano II.
O Papa João Paulo II assegurou aos seus paroquianos que quando rezarem o Rosário com fervor, será a Virgem Maria quem os “ensinará, alentará e consolará”.
O QUE DIZ A BÍBLIA ACERCA DO ROSÁRIO?
O Padre Juan Rivas, apologista católico e diretor do programa de rádio “Hombre Nuevo” disse que a Bíblia oferece três razões para que se reze o Rosário. Analisemos a primeira delas:
“Porque Deus Pai manda o anjo Gabriel saudar assim a Mãe de seu Filho: Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco”. (Lucas 1. 28) Se os servos de Deus no céu devem saudar assim a Maria, nós, os servos de Deus na terra, não devemos fazer o mesmo?”“.
A resposta é um enfático NÃO! A Bíblia, em nenhuma parte manda que os servos de Deus no céu (os anjos), nem tampouco os servos de Deus na terra, saúdem a Maria da mesma forma que o fez o anjo Gabriel. A saudação do anjo não foi uma fórmula que deveria ser recitada por todos, através dos séculos.
Ademais disso, em seus esforços para apresentar o Rosário como uma prática bíblica, somente cita a primeira parte da Ave Maria, como é recitado no Rosário: Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. A segunda parte, que omitiu, diz assim: Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Esta segunda parte é completamente antibíblica, porque Maria é exaltada a um nível de intercessora ou mediadora entre os homens e Deus, ao passo que a Bíblia ensina claramente que há um só mediador entre os homens e Deus, Jesus Cristo homem (1 Timóteo 2.5).
A segunda razão que o Padre Juan Rivas oferece para demonstrar ser o Rosário bíblico, no seu folheto O Rosário e a Bíblia, publicado por Hombre Nuevo, é a seguinte:
Porque o Espírito Santo assim inspirou louvar a Maria e a Jesus: ‘Isabel encheu-se do Espírito Santo e clamou com forte voz: Bendita sois vós entre as mulheres e bendito o fruto do vosso ventre. ’ (Lucas 1.42). Se a ti o Espírito não inspira louvar assim a Maria, que espírito será esse?”(1 João 4.1).
Se o Espírito Santo é quem supostamente tem que inspirar a todos a louvar a Maria da mesma forma que o fez Isabel, por que não encontramos na Bíblia os apóstolos ou qualquer outra pessoa sendo “inspirados” pelo Espírito Santo a louvá-la da mesma forma que o fez Isabel? Por que não há evidências de que os pais da Igreja foram “inspirados” pelo Espírito Santo para louvar a Maria da mesma maneira que Isabel? Não foi senão a partir do século XIII que tal “inspiração” se deu a conhecer aos devotos do Rosário.
O fato de que os católicos têm utilizado as palavras dos versículos 28 e 42 do capítulo um de Lucas como uma oração devocional não comprova que elas foram ditas no mesmo espírito. Tais palavras somente devem ser tomadas como declarações de um acontecimento no qual se expressou honra especial a Maria, mas não como uma “veneração especial” (Elliot Miller e Ken Samples, The Cult of the Virgin, p. 69) Não existe na Bíblia a chamada “hiperdulia” que é uma veneração especial a Maria.
A terceira e última razão que oferece o Padre Rivas para demonstrar que a Bíblia ensina o Rosário, encontra-se em Lucas 18.1. Ele argumenta:
“Porque Jesus nos recomenda a orar sem cessar (Lucas 18.1). É verdade que tal mandamento se cumpre com qualquer oração, mas o Rosário facilita seu cumprimento” (O Rosário e a Bíblia).
O Rosário não facilita de modo algum o cumprimento de “orar sempre e não desanimar” (RV), como nos instruiu Jesus, porque:
Recitar o Rosário é fazer orações repetitivas, como se Deus fosse movido a escutar e a responder as orações pelo muito falar (Mateus 6.7). Essas orações repetitivas parecem-se mais com os mantras dos hindus, do que orações da Bíblia.
Nós, cristãos, honramos a Maria como a bendita (ditosa) “mãe de… (nosso) Senhor” (Lucas 1.43). Não a louvamos nem a adoramos, pois isso seria idolatria. Maria foi um ser humano, não Deus. O Espírito Santo nos inspira a guardar o mandamento: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e somente a Ele servirás” (Mateus 4.10).
© Projeto CRER – Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução
Muitoooo Bomm o artigo, aprendi MUITO, e concerteza vou começar a seguir o site de vocês. Parabens !!!
Olá Sandra, agradecemos o carinho que tem pelo nosso ministério. Deus o abençoe.
Parabéns pelo artigo.
Achei escasso o material do site; vão incluir mais estudos?
Deus os abençoe!
Olá Plabyo, tudo bem? O Projeto esta iniciando agora, estamos recuperando alguns artigos e vídeos da antiga AGIR, bem como publicando material novo, a nossa periodicidade ainda é pequena, mas logo mais estaremos a todo vapor, aguarde.
Gostei bastante .tambem gostava de ter informação sobre a seita adventista.
Olá Ricardo, tudo bem? Em nosso canal do Youtube você encontrará diversos vídeos sobre o assunto em questão!
O autor está equivocado, porque o centro do Rosário é a meditação dos mistérios, não as orações em si; estas servem apenas como uma espécie de “cronômetro” para o mistério, como explica magistralmente o Dave Amstrong.
Muito bom. Parabéns!
excelente explicação.
Muito obrigado Donizetti.
Arthur Olinto está certo. Vocês, por não serem Católicos, não conhecem como deve ser feita a oração do Rosário. A oração é a elevação da alma à Deus, assim, por exemplo, quando dizemos “glória a Deus nas alturas”, a alma deve subir até ás alturas, enquanto o corpo fica na terra. Assim deveriam ser nossas orações, mas esse seria o nível mais elevado de oração, porque há vários níveis de oração. Há três níveis de oração: o vocal; o meditativo e o contemplativo. Nos primeiros dois níveis somos nós que obramos, somos nós que pronunciamos as palavras de louvor, somos nós que meditamos, mas não sem antes sermos movidos por Deus. É Deus quem dá a graça de orarmos, de meditarmos. Mas no terceiro nível, que é o contemplativo, já não somos mais nós que agimos, mas é “Deus que vive em nós”, ou seja, é Deus que age em nós. Por isso, neste terceiro estado, já não somos mais nós quem pronunciamos as palavras ou as procuramos para louvar a Deus, mas é Deus quem nos inspira e é Ele que comunica as palavras, as verdades, as visões, etc. Enquanto que nos dois primeiros níveis somos ativos, no terceiro nível somos passivos, ou seja, recebemos tudo de Deus. E o Terço é uma oração que passa pelos três níveis da oração. Primeiro se lê a narração de cada um dos 20 mistérios (agora são 20, não mais 15) na Bíblia e depois os medita na oração do terço. Por isso a oração do terço não é repetitiva, porque o foco não está nas palavras que repetimos com a boca (oração vocal), mas nas verdades que se medita ou se contempla na recordação de cada um dos 20 mistérios, que compreendem e remetem à Sagrada Escritura toda, desdo o Gênesis ao Apocalipse. Essa é uma breve explicação. Abraços.