OUTRO EVANGELHO
por Paulo Romeiro
“Mas, ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (Gálatas 1.8,9)
A advertência de Paulo aos crentes da Galácia nunca se torna obsoleta. Se houve necessidade de alertar a Igreja sobre os desvios doutrinários naquela época, hoje muito mais. Paulo havia trabalhado entre os gálatas, pregando-lhes o evangelho da graça. Foi um trabalho profícuo. Depois que Paulo se ausentou da Galácia, cristãos judaizantes infiltraram-se na igreja e transtornaram a paz e a doutrina ali ensinada. Um dos alvos desses judeus era levar os gálatas de volta às práticas da lei do Antigo Testamento. Paulo, inconformado com tal atitude, vociferou contra ela, exortando a Igreja para que permanecesse firme na graça do evangelho.
As circunstâncias atuais são mais alarmantes ainda. Não há apenas o perigo de algum grupo judaizante propondo a guarda do sábado, outros promovendo as festas judaicas do Antigo Testamento, além de uma infinidade de distorções sobre a Bíblia, a pessoa de Cristo e a salvação. Há até aqueles que denominam as pessoas envolvidas com a música cristã como levitas, algo que não reflete uma interpretação adequada deste termo. A mídia, no seu todo, explora com sucesso o fascínio constante do ser humano pelo místico ou sobrenatural. E sabemos que ela não tem discernimento espiritual e nem compromisso com a verdade da Palavra de Deus. Além de tudo isso, existe sempre uma propaganda religiosa, digamos, até proselitista, de ensinos contrários ao cristianismo bíblico. Muitos até batem à porta de nossas casas, tentando nos convencer. Devemos ser educados, porém firmes em não aceitar suas ofertas literárias ou material de divulgação, repelindo seus ensinos. O melhor a fazer é sempre consultar os pastores da Igreja, evitando assim dores para a sua alma. Lembre-se de que a Bíblia Sagrada é a nossa única regra de fé e prática e tudo fora dela deve ser rejeitado, ainda que um anjo do céu nos diga o contrário.
Há poucos dias li em algum lugar e não me lembro onde que nunca aconteceram tantas conversões no Brasil como nos últimos anos, conversões porém, superficiais. Quantas mais as pessoas se “convertem” pior o Brasil se torna em termos de violência e corrupção. Aliás, tais flagelos sociais já fugiram do controle do governo. Esse quadro é preocupante. Ele constata que o evangelho pregado hoje em muitos púlpitos não transforma pecadores em santos, revelando a crise de conversão que afeta uma boa parte da Igreja Evangélica.
Ao oferecer soluções de problemas em detrimento da mensagem salvífica, muitas igrejas evangélicas atraíram multidões que buscam apenas bênçãos materiais e passageiras. Até o dízimo, muitas vezes, é dado por interesse e não por fé. O próprio Jesus verificou a mesma situação e reagiu com as seguintes palavras: “A verdade é que vocês estão me procurando, não porque viram os sinais miraculosos, mas porque comeram os pães e ficam satisfeitos. Não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que permanece para a vida eterna” (João 6.26-27). Assim, muitas pessoas que freqüentam as igrejas nunca tiveram um encontro de salvação com Deus através de Jesus Cristo, nunca nasceram de novo. Não existe tragédia maior do que essa: o perdido achar que está salvo.
Jesus mesmo disse que esse engano é possível de acordo com suas palavras em Mateus 7.21-23: “nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres? Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal”.
E você, já nasceu de novo? Você se lembra do momento em sua vida em que teve um encontro de salvação com Deus através de Jesus? Se não tem certeza, faça-o hoje ainda. Confie em Cristo como seu Salvador pessoal.
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